que os jogos comecem
jogos vorazes (eua, 2012) ★★★★☆
nunca li a série de livros ‘jogos vorazes’. meu primeiro contato com a história foi através de um trailer – dublado – que começava com uma frase elogiosa de stephenie meyer. “isso não pode ser bom”, pensei. mas é.
jogos vorazes é o oposto de crepúsculo: fala sobre um reality show sangrento produzido pelo governo de um país marcado pelo abismo social. todo ano, cada um dos doze distritos deve enviar um casal de jovens para que todos lutem até que só um sobreviva. o objetivo, segundo os realizadores, é lembrar um passado de luta e clemência do estado. quando a irmã mais nova é sorteada, katniss se oferece como tributo para poupar a caçula. assim, embarca com peeta, sorteado entre os rapazes, para representar o distrito 12, o mais pobre de todos, na capital panem.
como se percebe, katniss é tudo o que bella swan jamais seria. em vez de se vitimizar, ela toma a iniciativa e se sacrifica para salvar a irmã. sem choro, sem drama, sem dilema. ela apenas faz o que deve ser feito.
mais tarde, a jovem descobre que é preciso mais que apenas o instinto de sobrevivência para vencer o jogo. é preciso, como em todo reality show, agradar o público para atrair patrocinadores, que enviam suprimentos e remédios aos participantes mais populares. jogos vorazes promove uma reflexão sobre esse tipo de programa e, mesmo que fale de um programa fictício, não fica muito distante do que vemos no mundo real.
no longa, a gigantesca desigualdade que assola o país é representada através de contrastes absurdos. a sociedade avançada e futurista convive com a pobreza extrema de alguns distritos, tudo ainda mais claro no exagero das roupas dos ricos, cheias de cores fortes e rococós. a produção é eficiente também ao ambientar o jogo num gigantesco simulacro de floresta, incluindo até feras criadas digitalmente.
dessa forma, acompanhamos jogadores levados a um verdadeiro abatedouro público, tratados como objetos, manipulados e descartados. caesar, o pedro bial deles, conversa em determinado momento com seneca, o boninho, sobre os participantes como uma “mistura interessante”. além disso, regras são mudadas o tempo todo sem critério claro – algo como passar de “o amor é lindo” num dia para “expulsão por comportamento inadequado” no outro, como ocorreu no último bbb.
aparentemente indiferente, o público que assiste aos tais jogos vorazes não nota, ou não o quer fazê-lo, que é diretamente responsável por todas aquelas mortes. “se ninguém assistisse, esses jogos não existiriam”, diz o personagem gale no começo da película. sem consciência, afinal, seu controle remoto pode se tornar seu remoto controle.
Gostei mais da crítica do que do filme. Pode?
hahahah sua boba! brigadão 🙂
Adorey o filme e principalmente sua critica kk,
poxa, obrigado! significa muito pra mim.
Sua crítica ia ter sido melhor se tivesse lido o livro. Mas para alguém que não leu té que foi boa ^^ @BatataReal
mas o blog é de cinema e o filme, até onde sei, foi feito pra todo mundo, né? inclusive pra quem não leu heheheh 😉